Bom humor e final dramático marcam gravação do ex-presidente com a apresentadora Patrícia Calderón em Fortaleza
Patrícia Calderón é daquelas jornalistas que não desistem nunca até ficar frente a frente com quem deseja entrevistar, por mais ‘inatingível’ que seja o personagem. Por isso, já conseguiu 3 exclusivas com Lula. As duas primeiras quando o petista ocupava a Presidência da República.
A recente conversa foi gravada na segunda-feira (23) e vai ao ar na íntegra às 8h00 no sábado (28), no ‘Jornal da Manhã’ da Jovem Pan News de Fortaleza. Trechos estão sendo exibidos na programação jornalística da TV Cidade, afiliada da Record TV no Ceará.
“Ele chegou de bom humor, sorridente, me disse estar apaixonado pela namorada (a socióloga Rosângela Silva, a Janja)”, contou Calderón ao blog. “Afirmou ter redobrado os cuidados com a saúde na prisão. Tinha medo de morrer lá. Falou nunca ter pensado em suicídio, mas chorou algumas vezes no cárcere.”
Foram meses de negociação por e-mail e ao telefone com a assessoria de Lula. A apresentadora paulista radicada no Ceará conseguiu o que o ‘The New York Times’ tentou sem sucesso. Comentou-se nos bastidores da gravação que o jornal mais influente do planeta pediu para acompanhar o líder esquerdista pela turnê nordestina e não foi autorizado.
A presença de Lula provocou burburinho entre os hóspedes do Gran Marquise, hotel 5 estrelas diante da praia de Mucuripe, zona nobre da capital cearense.
Descontraído após tomar farto café da manhã, o ex-presidente só mostrou irritação ao falar do atual ocupante do Palácio do Planalto. “O Bolsonaro foi uma criatura feita pela imprensa brasileira. A Rede Globo e a revista ‘Veja’ produziram Bolsonaro. Pariram (Sergio) Moro e Moro é um dos responsáveis por parir Bolsonaro.”
Patrícia Calderón o questionou a respeito das polêmicas diárias lançadas pelo presidente. “Por que ele não gosta de dar entrevista para a imprensa? Por que ele gosta de ele ser o distribuidor de notícia? Por que ele fala as bobagens que quer. Ofende todo mundo. Ele não gosta de nordestino, de negro, de mulher, de LGBT, de sindicato, de trabalhador rural, ele não gosta de preservação ambiental. Ele quer ser diferente. Essa é a vida desse cidadão.”
Ao final da gravação, um momento dramático na sala do hotel transformada em estúdio de TV: o fotógrafo Ricardo Stuckert, que acompanha Lula em todos os eventos, recebeu a notícia de que seu pai havia sofrido um infarto. Ele saiu chorando do local. Houve comoção geral na equipe.
Pouco depois, a notícia da morte de Roberto Stuckert estava nas manchetes dos portais. Foi um importante fotógrafo com passagens por grandes redações, como as da revista ‘Manchete’ e do ‘Jornal do Brasil’. Tinha 78 anos. “Nosso querido Stuckinha precisou se despedir do seu pai, Stuckão. Roberto Stuckert nos deixa um legado imenso. Artístico e histórico”, registrou o perfil de Lula no Twitter.
Fonte: terra.com.br